Ao longo do processo da doença é natural que pense muito sobre si própria/o, a sua família, os tratamentos e a recuperação, dado que todos estes aspectos constituem o núcleo central da sua vida. Contudo, aquilo em que pensa tem influência naquilo que sente.

“Acredito no efeito dos tratamentos e estou confiante de que vou vencer esta batalha.”

“Acho que não há nada a fazer, é um cancro e está tudo dito! Estes tratamentos não vão resultar!”  

“Não consigo deixar de pensar que o cancro pode voltar e isso entristece-me”

Estes exemplos ilustram a multiplicidade de pensamentos dos doentes com cancro, que se traduzem em variados sentimentos e emoções. Alguns doentes são mais optimistas e confiantes e outros mais pessimistas, tristes e ansiosos.

Porque é que isto acontece?

Os nossos sentimentos, quer sejam de optimismo ou pessimismo, estão intimamente relacionados com os nossos pensamentos, ou seja, o modo como apreciamos ou interpretamos as coisas, as nossas expectativas e crenças. As emoções dependem do que pensamos em determinado momento.

Por exemplo, como se sentirá uma doente que tenha os seguintes pensamentos negativos sobre a operação para retirar uma das mamas?

“A operação vai correr mal. Se calhar ainda fico pior sem a mama e ainda com o cancro. Devia era desistir da operação.”

A forma como a doente avaliou a sua situação fará com que:

  • se sinta desencorajada e pessimista

  • não colabore como desejado nos tratamentos.

Como se sentirá uma doente que avalie a situação do seguinte modo?

“A operação vai correr bem! Vou ficar melhor, é isso que vai acontecer! Não há razões para pensar de outra maneira.”

  • Optimista e confiante

  • Cooperante nos tratamentos.

 

 

·        Os pensamentos e as expectativas negativas originam sentimentos negativos e de apreensão sobre o que poderá suceder.

·     Os pensamentos e as expectativas positivas originam sentimentos positivos, de esperança e de confiança sobre o que vai acontecer.